Um Jesus negro faz mais sentido historicamente, defende pastor no Encontro com Fátima
Henrique Vieira falou sobre racismo e disse que evangélicos e praticantes de candomblé são “irmãos”
O programa matutino Encontro, da rede Globo, desta quinta (23) teve o racismo como temática. Entre os convidados de Fátima Bernardes estava o pastor Henrique Vieira, da Igreja Batista do Caminho.
Militante do PSOL, ex-vereador da cidade de Niterói e atual assessor do deputado Marcelo Freixo, Vieira é conhecido por sua postura progressista, o que deixou claro em sua fala no programa.
A reportagem do Encontro mostrou um evento onde líderes candomblecistas e pastores evangélicos se reuniam em uma manifestação ecumênica dentro do terreiro que foi incendiado em 2014 e está sendo reconstruído, em parte devido a doações de igrejas. O evento, que teve a participação do cantor gospel Kleber Lucas, foi bastante debatido nas redes sociais.
Segundo a produção do programa global, Vieira “prega a confluência e busca o diálogo entre as religiões”. Durante sua participação, o pastor disse que os praticantes de religiões de matriz africana e os evangélicos são “irmãos”.
Mas talvez a afirmação mais surpreendente dada por ele foi que “o racismo também influenciou as próprias imagens cristãs”. Ele citou um exemplo, afirmando que “tem crianças negras que não podem representar Jesus em uma peça de teatro, por que a ideia hegemônica é que Jesus é branco e a ideia de um Jesus negro, que faz mais sentido historicamente, incomoda, causa um certo estranhamento”.
Essa defesa de Vieira não é nova. Ele já gravou um vídeo onde tenta argumentar que a imagem que se tem de um “Jesus branco” era conveniente para “tentar justificar a inferioridade dos escravos africanos e dos indígenas, porque um Jesus negro… que se junta aos oprimidos seria uma ameaça ao poder”.
Ainda segundo o pastor, que não apresenta nenhum tipo de comprovação de sua teoria, a forma de Jesus ensinar eram “narrativas ou histórias africanas”. Ele insiste que “historicamente, teologicamente, Jesus é negro e afirmar que Jesus é negro… quer dizer que Jesus assume esse lugar, essa luta, essa resistência dos oprimidos, contra os privilégios e as injustiças”.
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