sexta-feira, 13 de julho de 2018

Governo Temer patrocina “enfrentamento” contra bancada da Bíblia

Presidente assina documento que explicita oposição aos conservadores do Congresso


Michel Temer
Michel Temer em evento. (Foto: Beto Barata/PR)
Mostrando mais uma vez que não foi escolhido para ser vice de Dilma Rousseff à toa, o presidente Michel Temer decidiu atacar “as bancadas religiosas” e promover “a defesa da laicidade do Estado”.
Em alguns meses ele deixará o Planalto e como não irá se candidatar a nada, está investindo na criação de uma “Frente Popular Inter-religiosa”. O Diário Oficial da União de hoje (13) mostra que o presidente assinou um “extrato de termo de fomento”.
Nele, autoriza o repasse de 100 mil reais para o grupo “Católicas pelo direito de decidir”. O nome é enganoso, pois essa ONG que promove a legalização do aborto no Brasil não possui nenhuma ligação com a Igreja Católica.
O aporte para a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres servirá para a realização de um seminário “com lideranças de diferentes religiões do Brasil para debater a atuação da bancada religiosa conservadora no Congresso Nacional e elaboração de estratégias conjuntas de enfrentamento à esta atuação”.
O uso da palavra “enfrentamento” é típica dos movimentos de esquerda dentro do Congresso e mostra, mais uma vez, que Temer está comprometido com suas pautas.
O deputado Ezequiel Teixeira (Pode/RJ), que é pastor e membro da bancada evangélica, mandou um recado duro a Temer: “Estado laico não significa Estado contra a igreja. Os valores da família são inegociáveis. Sou favorável a vida, se é enfrentamento que o Temer sugere, vamos lutar com as nossas armas espirituais e nenhuma investida do maligno vai prevalecer. As portas do inferno não prevalecerão contra a igreja. A quem interessa esse patrocínio do governo? Para mim fica muito claro, pretendem beneficiar um grupo abortista, na tentativa de impor essa agenda sobre o país. Como deputado venho lutando contra esse tipo de ação e fica mais claro, às vésperas da eleição, quem é contra os valores defendidos pela maioria dos brasileiros”.

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