terça-feira, 12 de junho de 2018

“Crise moral da sociedade é resultado da apatia da igreja”, diz teólogo

Estudioso faz um alerta: “Se comprometermos nossa mensagem, acabaremos amordaçados de vez”


Dr. Michael Brown
Dr. Michael Brown. (Foto: Reprodução / Youtube)
O Dr. Michael Brown, teólogo e escritor, conhecido pelo programa de rádio “In The Line of Fire”, transmitido para muitos países de fala inglesa, está chamando a atenção da igreja para a evidente “crise moral” de nossos dias.
“Estou muito triste e abalado, por isso levantarei minha voz e direi claramente: O silêncio de nossos púlpitos ajudou para que a sociedade atravessasse essa grande crise moral. Precisamos ter coragem e integridade para enfrentar isso!”, afirmou ele em sua colunarecente na Charisma, maior revista pentecostal do mundo.
“Estou falando dos pastores e líderes que não têm sido uma voz profética. Eu estou falando sobre a necessidade de falarmos a verdade em amor, independentemente das consequências. Precisamos confrontar o pecado na sociedade e também na Igreja. O mandamento é para que nos conformemos à imagem de Deus e não segundo o mundo. Obediência é mais importante que ‘relevância’; é mais importante agradar a Deus que entreter as pessoas”, desabafou.
Sua análise é que a mensagem da maioria das igrejas ocidentais acabou sendo diluída. A ideia que “cristãos podem ser gays” é cada vez mais aceita e já surgiram igrejas focadas especificamente nesse público. Mas isso não é tudo, o foco na prosperidade e a tentativa de agradar as pessoas para que assim as igrejas fiquem cheias, prejudicou muito a mensagem que deveríamos estar comunicando ao mundo, avalia Brown.
Ele faz uma dura admoestação, baseada na experiência de quem prega com regularidade em diferentes países do mundo. “Nosso objetivo seria seguir o exemplo de Jesus e dos apóstolos – mesmo que leve à rejeição, perseguição e morte – em vez de seguir um ‘modelo’ de sucesso. O que vejo com frequência são mensagens [dos púlpitos] falando sobre ter sucesso na terra, e não o sacrifício pelo reino que defendiam os autores [do Novo Testamento]”.
Sua queixa, em parte, é pelas críticas que o vídeo “Can You Be Gay and Christian? [Você pode ser gay e cristão?], produzido pelo seu ministério, vem sofrendo. O Dr. Brown escreveu um livro com o mesmo título em 2014 e avalia que a reação poucos anos depois mostra como a sociedade se aproxima da normatização da “ditadura gay”.
Cheio de versículos e repetindo a mensagem bíblica e historicamente defendida, o material foi denunciado no Youtube por “discurso de ódio”. Os comentários mostram que há muitos que se dizem cristãos falando em “homofobia” da igreja e demonstrando apoio irrestrito às relações homoafetivas.
Conforme o teólogo, logo após o YouTube desmonetizar seu canal, o Google enviou um e-mail “lembrando de suas diretrizes contra o conteúdo de ódio”.
A avaliação do erudito é pessimista. Ele lembra que os líderes islâmicos também condenam a homossexualidade, mas raramente são criticados por isso.
“Quantos pastores e líderes pregaram uma única mensagem clara sobre a Bíblia e a homossexualidade no ano passado? Quantas dessas mensagens você viu na TV ou ouviu no rádio ou ouviu pessoalmente?”, questionou. “Não é de admirar que muitos LGBTs estejam fortalecidos. A maior parte da igreja ficou em silêncio por muito tempo sobre isso.”
Destacando que há mensagens cada vez mais incisivas pró-LGBTs na televisão, nos filmes e vindas dos tribunais de várias nações. “Enquanto isso, há um silêncio ensurdecedor nos púlpitos. Ou a mensagem é tão confusa que a única coisa que fica clara é que nada está claro. Ao tentar não ofender ninguém, ofendemos a Deus”, sentenciou.
O teólogo acredita que é preciso uma análise honesta por parte dos pastores e líderes cristãos. Sua conclusão é que “a igreja não se preparou para a batalha de nossos dias, não uma guerra literal, mas o conflito moral, espiritual e cultural, em que estamos envolvidos diariamente”.
Finalizou lembrando que existem líderes se posicionando contrários, mas acabam sendo uma voz dissonante no meio de tantos que parecem ter sucumbido ao “politicamente correto”. O alerta dele é bem claro: “Se comprometemos nossa mensagem, sendo covardes, sem postura e sem visão diante de uma das maiores crises morais da história, acabaremos amordaçados definitivamente”.

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